Reflexão

"Se alguém lhe disser que seu trabalho não é o de um profissional, lembre-se:

amadores construíram a Arca de Noé e profissionais, o Titanic."

Um dia a lágrima disse ao sorriso: “Invejo-te porque vives sempre feliz”.

O sorriso respondeu: “Engana-se, pois muitas vezes sou apenas o disfarce da tua dor”.


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Paraguassú conta emocionado história do “Novilho Pavilhão”



Foi um fato verídico que aconteceu comigo no ano de 1980.

Meu pai tinha duas fazendas no município de São João do Piauí. (ele nasceu lá, na fazenda paulista).
E resolveu vender a fazenda paulista que era dele e de sua irmã.  Eu pedi a ele que não vendesse o gado, era um gado muito bom, mestiço de guzerá. Pois o reprodutor (pavilhão) era registrado veio do Rio de Janeiro. O meu pai concordou em vender só a terra e levar o gado para a outra fazenda dele a fazenda São José.

Ele veio para Floriano e eu fiquei para levar o gado. Estava tendo uma vaquejada na fazenda vizinha do paulista, fazenda Santa Rosa, e eu foi lá, o proprietário era amigo nosso o Morais, pedir pra ele com os vaqueiros me ajudarem a levar o gado. Ele me falou que era o ultimo dia de vaquejada que era pra eu ficar com ele que no dia seguinte íamos juntos levar o gado para a fazenda São José.

A fazenda paulista, era a maior fazenda da região, mais de 2000 He de terras a margem do Rio Piauí. Era o lugar que eu ia passar maior tempo de minhas ferias. Muita fartura de leite, coalhada requeijão, farinhada, desmancha. Tinha duas despesas grandes só para guardar carne de gado, porco, carneiro e de caças que tinha muito na região e na época não era proibido caçar.

Aquilo me deixava triste em ver aquele pedaço da nossa história ser vendido.
No dia seguinte, cedo vinha chegando os vaqueiros (uns 20) e foi formando um circulo na porteira do curral, começaram a abóia. Quando soltaram o gado, o novilho pavilhão, saiu do curral cheiro o chão e berrando. E o resto do gado foi atrás dele, aquilo parecia que ele sabia que nunca mais ele ia voltar daquele lugar.
Todos esses vaqueiros que eu falo estão vivos e moram em um povoado chamado Barriguda município de Ribeira do Piauí. O único que faleceu foi o Morais que era dono da Fazenda Santa Rosa.
Depois que levamos o gado, papai vendeu a fazenda e nunca mais teve vaquejada lá. Pra maior tristeza minha, o cara que comprou era da Paraíba veio só pra especular terras aqui, abandonou a fazenda, a casa caiu e hoje é um assentamento do governo.

O nome da música é Ultima Vaquejada. É letra e música minha e um amigo meu (Cícero da banda Romã com Mel) fez o arranjo e a interpretou no mostra SESC Piauí de música em 2006. A música foi 1º lugar e ele foi o melhor  interprete aqui em Floriano.
Essa música foi gravado pelo SESC.

Ele (Cícero) também participou com essa minha música do festival do Armazém Paraíba (Paraíba Pop Star) aqui em Floriano e ficou em 2º lugar. (Isso com um júri só de músicos e maestros de Teresina, só feras)

3 comentários:

  1. Grande Paraguassu!!

    Parabéns pelo belíssimo forró.
    Não conhecia seu lado artístico, muito bom...
    Já podes pensar em produzir mais forrós como este.
    Certamente, histórias e estórias como esta, é o que não lhe falta para contar.

    Saudações.
    LuizCarlos.

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  2. Saudações Jose Paraguassú!
    Lemos seu texto e percebemos o quanto ele evoca sentimentos de saudades e perda de coisas tão queridas: o lugar da infância ... o animal preferido...
    Também baixamos sua música. Um forró muito bom, por sinal! Com toda certeza nos tocou pela letra e ritmo.
    Agradecemos pela lembrança e gentileza em nos mostrar sua arte!
    Abraços
    P.S. Tio Borges - como sempre digo - "Você é maior "autarquia" da cultura florianense"
    Abraços de Laurijane

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