Reflexão

"Se alguém lhe disser que seu trabalho não é o de um profissional, lembre-se:

amadores construíram a Arca de Noé e profissionais, o Titanic."

Um dia a lágrima disse ao sorriso: “Invejo-te porque vives sempre feliz”.

O sorriso respondeu: “Engana-se, pois muitas vezes sou apenas o disfarce da tua dor”.


domingo, 5 de abril de 2015

Descoberta no Piauí a maior jazida de calcedônia do mundo (Nazaré do Piauí)

A maior jazida de calcedônia do mundo foi descoberta no município de Nazaré do Piauí (270 km de Teresina) na fazenda Calcadinho, do empresário Valdeci Cavalcanti, em propriedade que já pertenceu ao Visconde de Parnaíba.

A fazenda Calçadinho possui 17 mil hectares de terras e neste período do ano o verde toma conta de toda a paisagem em virtude das chuvas. A paisagem seca, que é vista durante quase todos os meses do ano, é substituída pelo verde, as carnaubeiras com suas copas completas, o gado gordo na pastagem e fruteiras como o umbu cajá ficam apinhadas de pequenos e verdes frutos.

O administrador da fazenda Calçadinho, Conegundes Gonçalves, informa que a fazenda tem 480 cabeças de gado, mas em seus tempos áureos chegou a ter mais de 4 mil cabeças, quando era do ex-senador João Lobo.

A fazenda possui oito açudes, sendo que três deles chegam a represar água em oito quilômetros. Para chegar na fazenda é preciso percorrer 35 quilômetros em estrada de piçarra.

No meio de veredas e caminhos abertos há séculos pelos moradores da fazenda estão grandes rochas de calcedônia, uma das variedades cripocristalinas do quarto (cristal).

O geólogo Érico Rodrigues Gomes, da empresa Erggeo Geologia e Consultoria, que descobriu a calcedônia na fazenda Calçadinho, quando foi contratado pelo empresário Valdeci Cavalcante para fazer um diagnóstico da presença de minerais na propriedade, diz que ao contrário do resto do país e de outros países o veio da calcedônia em Nazaré do Piauí não precisa de perfurações, escavações e implosões para ser explorado, por estar na superfície da terra. “Aqui na fazenda, nós não chamamos de extração da calcedônia, mas de coleta porque o veio está na superfície”, declarou Érico Rodrigues Gomes.

A jazida da calcedônia ocupa em torno de 100 hectares de terras da fazenda. A área onde foi encontrado o minério e começa a ser explorado é de 300 metros de largura por seis quilômetros de comprimento. ”Sabemos que é o tamanho da jazida é uma anomalia, pesquisamos na literatura, nos simpósios de mineração e nos relatórios especializados e não há nenhuma maior jazida de calcedônia no mundo que a de Nazaré do Piauí. O que nos impressiona é o gigantismo da ocorrência do minério”, falou Érico Rodrigues.

A facilidade com que o minério é extraído facilita seu beneficiamento. O vaqueiro da fazenda, Domingos Vieira de Sousa, de 57 anos, que nasceu no local agora é quem faz a coleta da pedra em estado bruto e leva para as oficinas de dilapidação.

Ele usa uma alavanca, retira a pedra do solo e leva para as oficinas de dilapidação. Uma pedra de tamanho médio é suficiente para a produção de mais de 500 peças para jóias e pastilhas para painéis decorativos.

Nas veredas, as pedras brutas estão espalhadas por todo o caminho. “Eu sempre passei por aqui e não sabia que tinha essa riqueza toda. Eu nem usava elas nem para baladeiras (estilingues) para matar pássaros porque a gente usava as redondinhas. Ninguém sabia que essas pedras são valiosas, nem os que moram aqui em Nazaré, nem os que já moraram, nem os que já foram (morreram)”, afirma Domingos Vieira de Sousa.

Minério é usado em jóias, decoração, artesanato e para a saúde

O geólogo Érico Rodrigues Gomes, piauiense de Campo Maior, graduado em Geologia pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e que foi professor do Instituto Brasileiro de Gemologia e Mineralogia, no Rio de Janeiro, diz que a calcedônia é usada na produção de jóias como pingentes, em colares e pulseiras; na decoração com uso de pastilhas do minério para a confecção de painéis e mosaicos e no artesanato com a produção de pirâmides e esculturas.

As crenças sobre o poder curativo da calcedônia têm estimulado cada vez mais o seu uso para fins medicinais em spas de relaxamento e beleza e entre os esotéricos. A pedra é encontrada na Namíbia, Estados Unidos, Turquia, Índia e no Brasil. Conhecida desse a antiguidade, a calcedônia é comparada pelos tibetanos à flor de lótus por causa de sua beleza e por proteger as pessoas da fraqueza, insatisfação e melancolia.

Nos spas as pedras de calcedônia são usadas como energizadoras e para combater ataques de epilepsia e para a cura de distúrbios do sono.


Por ser resistente, calcedônia quebrou máquinas em lapidação de opala

Por ser resistente, a calcedônia destruiu parte das máquinas compradas, em investimentos iniciais de R$ 100 mil, pelo empresário Valdeci Cavalcante.

Os equipamentos comprados foram martelos, serras, esmeril para polir, dar formas e brilho às gemas com a mesma tecnologia do beneficiamento da opala, minério encontrado em Pedro II, na região Norte do Piauí. “Mas a calcedônia é muito resistente e os equipamentos adaptados para o beneficiamento da opala foram quebrados. 

Agora foram comprados equipamentos específicos para a lapidação da calcedônia”, diz o lapidador Luiz Antônio Paulo de Oliveira, que beneficia opalas em Pedro II desde os 13 anos de idade e hoje possui 37 anos e está trabalhando em Nazaré do Piauí. “A calcedônia tem uma beleza e um brilho impressionante”, define Luiz Antônio.


Fonte: Meio Norte

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