TRAGÉDIA ANUNCIADA – BOATE KISS, O BEIJO DA MORTE.
Meus amigos e amigas
leitores (as), sem perder o foco da tragédia em Santa Maria - RS, não
é minha intenção incumbir a (as) responsabilidades a quem quer que seja, pois o
que estamos presenciando entre os órgãos competentes, é o "jogo de
empurra, empurra" entre as autoridades daquela cidade universitária.
Este artigo em questão é a
politização dessa tragédia, que teve o começo pelos meios de comunicação com
matérias pusilânimes e correlações estapafúrdias. Esperamos que mesmo com a
presença da nossa presidente Dilma, não tenhamos assuntos com tendência de
politização e sim de se buscar soluções as causas que objetivou a tragédia que
ceifou a vida de tantos jovens.
Era uma ratoeira
humana. Todo mundo sabia disso. Proprietários, Bombeiros, Prefeitura, todos
tinham ciência de que não havia saída de emergência capaz de proporcionar uma
evacuação segura em caso de necessidade. Foi negligência da mais pura. A
responsabilidade se estende também à reitoria da UFSM que mantinha uma parceria
com a boate para a realização desses eventos. Cientes do grande público a ser
reunido no local, sequer tiveram a preocupação de verificar previamente a
adequação do local às normas de segurança vigentes.
Depois de ver reportagens e mais
reportagens sobre esta tragédia, homenagens aos mortos em todo o país, resta
para mim uma perguntinha básica: quantas boates ou casas de shows poderiam
estar funcionando no Brasil se as mais elementares regras e normas de segurança
fossem minimamente respeitadas? Quantos fiscais de prefeituras e de outros
órgãos, oficiais ou não oficiais fizessem respeitar as normas exigidas por lei,
se não pela lei, pelo menos pelo bom senso? Quantos “empresários” estariam um
pouco menos ricos se se preocupassem mais com seu público e menos com seus
lucros, de tal forma a serem os mais interessados em que se cumprisse cada
norma de segurança em seus “empreendimentos”?
… a primeira idéia que me ocorreu
depois de assistir aos meios de comunicações televisivos, principalmente aos
“especialistas globais em segurança” foi sugerir aos técnicos que se desenvolva
um sistema de detecção de fumaça que acione as portas de saída automaticamente,
abrindo-as ao primeiro sinal de fumaça no ambiente, independentemente da ação
de seguranças ou responsáveis por bilheteria….pois apenas uma vida que se salve
em casos semelhantes ao de Santa Maria já terá um valor muito maior que todo o
prejuízo financeiro que a boate possa ter ao longo de toda sua existência…
As leis são essencialmente bem
elaboradas e invariavelmente DESCUMPRIDAS e o resultado todos nós conhecemos,
embora didático ninguém aprende nem pela dor. Vou dar aqui apenas um exemplo:
Quem se lembra de um incêndio que aconteceu no palco em pleno programa da Xuxa
ao vivo e a cores? Será que qualquer semelhança é mera coincidência?
A espetacularização da
tragédia me fez recordar de um triste comentário sobre o que é notícia. Se num
acidente morre uma pessoa só, não é notícia. Se morrem cem, aí sim, é notícia.
O contraponto a isso encontramos no poeta inglês John Donne, preocupado na
época com as guerras civis na Inglaterra: ” Quando morre um homem, morremos
todos, pois somos parte da humanidade”. Isso foi usado por Hemingway no seu
romance Por quem os sinos dobram.
O problema é que
existem milhares de boates, festas e eventos que não proporcionam segurança ao
público. Que os bombeiros, em todo o país, colham as lições desta tragédia e
passem a exigir, realmente, que todos os lugares com aglomeração de pessoas,
tenham portas de segurança liberadas. Atenção – não vale colocar seguranças
armados para impedir o público de sair correndo em caso de calamidade.
Não tenhamos dúvidas
que É TRÁGICO DEMAIS PARA FICAR POR ISSO MESMO, infelizmente "poderá"
acontecer algo semelhante em mais algum lugar, mas está na hora das Assembléias
Legislativas e Câmaras Municipais começarem a se preocupar e aprovar Leis
Estaduais e Municipais que regule, RIGOROSAMENTE, estes tipos de eventos nas
cidades. Que esta lei, tem que dizer quem é responsável pelo que Prefeito,
sub-prefeito, comando dos bombeiros, defesa civil, polícia, organizadores de
eventos, empresas de segurança e por aí vai ESTAS MORTES TEM QUE DAR UMA LIÇÃO
AO BRASIL.
Fonte: akinathon
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