Reflexão

"Se alguém lhe disser que seu trabalho não é o de um profissional, lembre-se:

amadores construíram a Arca de Noé e profissionais, o Titanic."

Um dia a lágrima disse ao sorriso: “Invejo-te porque vives sempre feliz”.

O sorriso respondeu: “Engana-se, pois muitas vezes sou apenas o disfarce da tua dor”.


sábado, 25 de abril de 2015

Aécio Neves começa a ser isolado no PSDB

Nem bem saímos de uma disputa eleitoral para a presidência do Brasil e já começam as articulações para a próxima em 2018. Política é feita o tempo inteiro, independente se o ano é eleitoral ou não. O PT praticamente definiu o seu candidato para tentar manter o partido no poder central, conta com o seu principal nome: o ex-presidente Lula, que poderá retornar para mais mandato, quem sabe dois, no Palácio do Planalto. 

Já o PSDB que acumula quatro derrotas consecutivas para o PT e ainda está longe de definir quem será o seu candidato e que, provavelmente, enfrentará Lula na próxima eleição. O senador Aécio Neves, derrotado na última disputa eleitoral, deverá manter o seu nome como opção. Ainda tem José Serra e Geraldo Alckmin, que deixará o Palácio dos Bandeirantes em 2018, depois de quatro gestões à frente do executivo estadual paulista e se credencia fortemente para concorrer novamente, a exemplo de 2006, disputa que perdeu para Lula.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, parece ser o articulador do processo interno no ninho tucano. Se assim for, pior para Aécio e melhor para Alckmin. José Serra terá oito anos no Senado Federal, que dizem ser o melhor cargo político de toda a república. Talvez o ex-ministro da saúde já tenha abdicado de tentar lançar o seu nome para o Palácio do Planalto em 2018.

Desde quando se desgarrou do PMDB e foi fundado em 1988, o PSDB é um partido paulista, de centralização de decisões no estado mais rico do Brasil. Foi assim como Mário Covas, FHC, José Serra, José Aníbal, Aloisio Nunes e Geraldo Alckmin. Aécio Neves é mineiro. Conseguiu a presidência do PSDB por pura manobra política e pelo autofagismo dos tucanos paulistas. Mas o senador mineiro deverá encontrar forte resistência de seus pares do estado de São Paulo.

Quando iniciou a disputa eleitoral da última eleição, muitos eleitores tucanos não queriam votar em Aécio. Declaravam voto em Eduardo Campos e depois em Marina Silva. Por isso, a campanha tucana “patinava” e deixava o senador mineiro em terceiro, quase sem chances de ir ao segundo turno. Muitos comemoravam o fiasco eleitoral que se desenhava, inclusive muitos tucanos paulistas, na surdina soltavam fogos pelos primeiros resultados nas pesquisas de opinião.

A disputa eleitoral foi mudando, fatos novos ocorreram e de repente, Aécio estava em segundo lugar, bem próximo da candidata Dilma Rousseff. Foi a salvação para o tucano e, de certa forma, o desapontamento de seus pares paulistas, especialmente da dupla Serra-Alckmin. O senador perdeu, mas entre as quatro derrotas do PSDB para o PT, foi o candidato que foi mais longe, esteve mais perto de vencer. Isso o credencia para 2018. Aécio sabe mais do que ninguém que a disputa eleitoral de 2014 foi a sua grande chance de ser presidente.

Além de Aécio está fora do “centro de comando” tucano (mesmo sendo o presidente nacional do PSDB), o senador mineiro não aceita a derrota eleitoral e tenta de todas as formas instaurar o impeachment da presidenta Dilma. Mesmo não encontrando apoio, nem mesmo dentro de seu partido, Neves tenta ainda alguma manobra. FHC e Serra já declararam publicamente que não apoiam tal ação contra a presidenta.

O radicalismo de Aécio pode estar sendo o seu próprio inimigo, pois seria a oportunidade de enfraquecê-lo internamente no partido. Primeiro passo da estratégia paulista está em curso, retirar de Aécio a presidência do PSDB; depois “fritá-lo” internamente e em seguida “preparar o terreno” para – possivelmente – Alckmin em 2018. 

Os tucanos paulistas colocando ordem na casa e mostrando ao Brasil quem manda no partido. O autofagismo interno do PSDB promete emoções e surpresas. Vamos aguardar o desenrolar dos fatos. 

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