Imagem: Ilustrativa
A morte de uma menina de 11
anos após sofrer uma parada cardiorrespiratória, na última segunda-feira
(19), no Distrito Federal, em decorrência de choque elétrico enquanto
utilizava o celular com o aparelho ligado à tomada chamou atenção para
os risco da prática. A garota, que não teve o nome divulgado, foi
atendida no Hospital Regional de Ceilândia por três pediatras, um
cirurgião e uma clínica médica, segundo a Secretaria de Saúde. Ela foi
submetida a reanimação cardiopulmonar durante uma hora e dez minutos,
mas não sobreviveu.
A família informou aos médicos que a menina levou um choque enquanto
jogava em um aparelho celular ligado à tomada. Segundo a capitã Juliana
Leal, do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, a situação se agravou
porque houve sobrecarga de energia. “O chão estava molhado e eles
botaram um ventilador e um celular na mesma tomada e a menina tomou um
choque fatal”, disse.
“As pessoas devem ter cuidado quando forem arrumar a casa para não
deixar que a fiação entre em contato com a água. É importante também ter
cuidado com as tomadas e não deixar sobrecarregar. Quando o carregador
está estragado ou há problema de instalação elétrica, potencializa o
risco de choque”, afirma Juliana.
Segundo a engenheira elétrica Marylene Roma, professora do Instituto
Federal de Brasília, o risco de usar o celular ligado à tomada aumenta
quando a instalação elétrica da casa está deteriorada. “Usar uma
extensão, que a gente coloca quatro, cinco equipamentos, é muito
perigoso, pois sobrecarrega a tomada. Às vezes, colocamos até dez vezes
mais carga que o suportado por uma tomada”, disse.
“O equipamento que a criança estava usando, nesse caso, era um
celular, mas ela podia estar com um video game e ter acontecido a mesma
coisa”, avalia Marylene. A professora recomenda que a instalação
elétrica da casa seja revisada regularmente por um profissional
especializado. “Não se deve atender o celular na tomada, nem puxar o
cabo do aparelho enquanto carrega ou usar baterias e carregadores que
não sejam originais”, acrescenta Marylene.
A professora também orienta carregar a bateria de celulares longe de
locais inflamáveis, evitar ligar aparelhos nas tomadas do banheiro
enquanto o chuveiro estiver ligado, pois a umidade aumenta os riscos de
acidente. “A recomendação é colocar em lugares que, se acontecer
curto-circuito e incêndio, não prolifere fogo pela casa inteira. Colocar
longe de cadeiras, mesas, camas - o que a gente faz regularmente. Mas é
melhor colocar no chão e bem longe de um local inflamável”, completa.
Se mesmo após tomar todos os cuidados necessários uma pessoa levar
choque, a primeira recomendação do Corpo de Bombeiros é desligar a rede
elétrica e desprender a vítima da fonte de energia com um objeto
isolante, como um cabo de madeira. Em seguida, verificar se a vítima
está respondendo.
Se responder, deve ser encaminhada imediatamente para o hospital. Se
não, além de chamar socorro, deve-se iniciar a massagem cardíaca, pois a
vítima pode estar em parada cardiorespiratoria. A corporação diz também
que nunca se pode tocar na vítima sem os devidos cuidados: ao tocar
numa pessoa que está sofrendo uma descarga elétrica, a energia pode ser
transmitida e fazer com que o socorrista também seja eletrocutado.
A estudante Kátia Valéria, 19 anos, diz que não sabia que pode ser
arriscado usar o celular ligado à rede elétrica. “Quando o celular está
na tomada sempre recebo mensagem, dá vontade de entrar nas redes sociais
e não resisto: uso mesmo carregando”, conta. Agora, ela garante que vai
tomar mais cuidado. “É melhor esperar um pouco. Se for muito urgente,
tirar da tomada para usar, porque é mais seguro”.
Fonte: Agência Brasil
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