Reflexão

"Se alguém lhe disser que seu trabalho não é o de um profissional, lembre-se:

amadores construíram a Arca de Noé e profissionais, o Titanic."

Um dia a lágrima disse ao sorriso: “Invejo-te porque vives sempre feliz”.

O sorriso respondeu: “Engana-se, pois muitas vezes sou apenas o disfarce da tua dor”.


quarta-feira, 9 de julho de 2014

HOJE É 9 DE JULHO, DIA DE ORGULHO PARA TODOS NÓS PAULISTAS.


Antes de falar sobre a Revolução Constitucionalista de 1932, que foi um dos maiores movimentos armados da história do Brasil, é preciso voltar à República Velha (1889-1930). Durante esse período, formou-se uma aliança entre os estados mais ricos e influentes do país na época, São Paulo e Minas Gerais, cujos representantes se alternavam na presidência da República naquilo que ficou conhecido como a Política do Café com Leite.
 
Em 1930, rompendo essa aliança, o então presidente Washington Luís, representante dos paulistas, indica o governador de São Paulo Júlio Prestes como seu sucessor, que venceu as eleições. As oligarquias mineiras não aceitam o resultado e, por meio de um golpe de estado articulado com o Rio Grande do Sul e a Paraíba, alçam Getúlio Vargas no poder.
Getúlio começou promovendo mudanças de maneira autoritária, sem consulta eleitoral. Fechou o Congresso Nacional, anulou a Constituição de 1891 e depôs governadores de diversos estados, para os quais nomeou interventores. As medidas desagradaram profundamente as elites paulistas tradicionais, ligadas ao Partido Republicano Paulista (PRP), que passaram a fazer acirrada oposição a Vargas.
Já a partir de 1931, se junta a essa elite deposta um “grupo mais moderno”, que exigia do governo a criação de uma carta magna que regesse a legislação do país – algo que o presidente vinha adiando –, além de eleições gerais para presidente da República. Ao mesmo tempo MANem que se formava esse grupo opositor, fortaleciam-se em São Paulo os chamados tenentistas, constituídos não apenas por militares, mas também por civis que agiam sob sua liderança. Eles se reuniam no Clube Três de Outubro e apoiavam as ações do governo.
 Obelisco de São Paulo no Parque Ibirapuera construído em homenagem aos heróis da Revolução Constitucionalista.
Houve diversas brigas de rua entre os estudantes de direito do Largo São Francisco e esse grupo getulista, os tenentistas, até que, no dia 23 de maio, durante um ato político no centro da cidade, a polícia coibiu os manifestantes, ocasionando a morte de quatro estudantes. Em homenagem a esses quatro jovens, o movimento passou a chamar-se MMDC – iniciais de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, os mortos – e ampliou sua base de apoio entre a classe média. Essas mortes foram o estopim que deu início, em 9 de julho de 1932, à Revolução Constitucionalista.
Com a ajuda dos meios de comunicação em massa, o movimento ganhou apoio popular e mobilizou 35 mil homens pelo lado dos paulistas, contra 100 mil soldados do governo Vargas. Havia a possibilidade de que outros estados viessem em socorro ao governo paulista, mas ele ficou isolado e, com isso, se desenvolveu uma série de batalhas.

 
O estado se mobilizou: milhares de pessoas de todas as classes sociais doaram prataria, joias e alianças para ajudar financeiramente a revolução, e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – Fiesp – incumbiu as empresas brasileiras de fabricarem armamento militar. Organizações civis forneciam fardas, auxílio e alimentos e ajudavam na inscrição de voluntários. Todo o estado, unido, trabalhava com garra pela vitória da causa dita constitucionalista.
Os comandantes militares das tropas paulistas, Isidoro Dias Lopes, Bertoldo Klinger e Euclydes Figueiredo, sabiam que as forças federais eram superiores, mas contavam com a união e a ajuda garantida por outros estados, como o Rio Grande do Sul e Minas Gerais. No entanto, o apoio não chegou, e São Paulo se viu cercado pelas tropas legalistas.

 
Ao todo, foram quase três meses de batalhas sangrentas, encerradas em 2 de outubro daquele mesmo ano, com a derrota militar dos constitucionalistas. Moralmente, porém, em termos de denúncia política, o movimento foi vitorioso, porque, mal terminado o conflito, o governo federal convocou eleições para uma Assembleia Constituinte, que promulgou a Constituição do Brasil em 1934.
Foi também quando, pela primeira vez no país, as mulheres participaram do processo eleitoral. Contudo, o termo “revolução” para o movimento constitucionalista não é muito adequado ao que ele se propunha, pois, na verdade, desejava-se a normatização da legislação e do processo eleitoral, e não uma mudança das relações de poder ou qualquer coisa que significasse uma limitação ao processo de desenvolvimento capitalista. Alguns historiadores, inclusive, consideram o movimento conservador e antirrevolucionário: era uma elite derrotada que queria voltar ao poder e encontrou nesse movimento um pretexto para isso.

VIVA OS BRAVOS PAULISTAS QUE LUTARAM CONTRA OS OPRESSORES EM 32.

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