ESPORTIVO AMERICANO BATEU A MARCA PERTENCENTE AO
BUGATTI VEYRON SUPER SPORT
Dentro do universo dos supercarros, existe um título que serve de alimento para rivalidades e pesquisas intermináveis: o de automóvel de produção mais veloz do mundo. Por "produção", entenda-se que o aspirante que não deve ter recebido preparação específica para bater o recorde, nem ser um protótipo único, e sim algo que pode ser adquirido de fábrica por alguns milhões de dólares por qualquer cliente.
Desde 2010, o título pertence ao Bugatti Veyron Super Sport, que cravou 434,39 km/h na pista de teste de Ehra-Lessien, na Alemanha - outros modelos foram mais velozes, mas não tiveram sua medição homologada pelo Guinness. O Veyron foi um projeto colossal desenvolvido pelo grupo Volkswagen em busca do automóvel mais complexo, potente, veloz e caro - com preços a partir de 1,5 milhão de euros, estima-se que seu custo da fabricação seja quatro vezes maior!
Do outro lado do Atlântico, no Texas, os americanos da Hennessey decidiram subir no trono de um jeito mais espartano. Utilizando como plataforma o Lotus Exige - um esportivo inglês leve e simples, o oposto do Bugatti - eles modificam toda a mecânica e a estrutura para instalar um V8 de 7,0 litros do Corvette, adicionando não um, mas dois turbocompressores até alcançarem 1.240 cavalos. O torque é igualmente assustador: 159 kgfm, quase três vezes a força de uma Ferrari 458 Italia. E como dá para ver no vídeo abaixo, nada de borboletas no volante: o câmbio é manual de seis marchas.
O Venom GT já havia conquistado no ano passado a melhor marca mundial na aceleração de 0 a 300 km/h, em 13,63 segundos. Faltava, porém, uma pista adequada para tentar estabelecer um novo recorde de velocidade máxima. O Veyron Super Sport conta com Ehra-Lessien, um dos poucos ovais de alta velocidade existentes no mundo - e cujo acesso o grupo VW certamente não daria para um bando de texanos loucos para quebrar seu próprio recorde.
A Hennessey acabou fazendo um acordo com a NASA para utilizar uma de suas pistas de pouso na Flórida. No último dia 14 de fevereiro, um Venom GT alcançou 435,31 km/h (270,49 milhas por hora na unidade inglesa), pouco mais de um quilômetro mais rápido que os 434,39 km/h do Veyron, e em condições bem mais limitadas. Enquanto a pista de pouso da NASA possui 4.600 metros de comprimento, a pista de Ehra-Lessien é um oval do tipo "reta infinita". A própria Hennessey calcula que, como o Venom GT ainda ganhava velocidade quando teve de frear, ele provavelmente alcançaria os 440 km/h.
Por outro lado, oficialmente ele não deve tirar o Bugatti de seu trono. A organização do Guinness, o livro dos recordes, exige que marcas de velocidade seja estabelecidas a partir da média de duas passagens, uma de ida e outra de volta, para que a influência do vento a favor ou contra seja equalizada. Só que a NASA só permitiu a arrancada do Venom GT em um sentido da pista. Outro complicador: enquanto o Bugatti Veyron já teve mais de 360 unidades produzidas e comercializadas, seu concorrente americano teve até agora apenas 10 encomendas feitas - número insuficiente para ele ser considerado um "carro de produção".
De qualquer maneira, se você ainda sonha em ter um recordista de velocidade na garagem, é bom correr: as últimas 40 unidades do Bugatti Veyron já estão à venda, e a produção do Venom GT não deve passar de 29 exemplares, por um preço na casa de 1 milhão de dólares.
Fonte: Globo.com
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