Reflexão

"Se alguém lhe disser que seu trabalho não é o de um profissional, lembre-se:

amadores construíram a Arca de Noé e profissionais, o Titanic."

Um dia a lágrima disse ao sorriso: “Invejo-te porque vives sempre feliz”.

O sorriso respondeu: “Engana-se, pois muitas vezes sou apenas o disfarce da tua dor”.


quarta-feira, 4 de novembro de 2015

“Bancada do retrocesso” recebeu mais de R$280 milhões de empresas para campanhas eleitorais

Juntos, parlamentares do PSDB, PP, PMDB, PR e DEM abocanharam 75% do montante, ou seja, cerca de R$210 milhões; os cinco partidos têm 129 parlamentares fiéis a Cunha nas votações da Câmara.

Via Brasil de Fato em 7/8/2015
Formada por parlamentares fiéis ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), a “Bancada do Retrocesso” recebeu mais de R$280 milhões de empresas privadas para financiamento da disputa eleitoral de 2014. Levando-se em conta apenas os parlamentares mais próximos ao presidente da Câmara, PSDB, PP, PMDB, PR e DEM, juntos, abocanharam 75% do montante, ou seja, cerca de R$210 milhões. Os cinco partidos têm 129 deputados fiéis a Cunha nas votações da Casa.

Entre as principais bandeiras da bancada está, justamente, o apoio ao financiamento empresarial de campanhas proposto na PEC 182/07, que foi aprovada na Câmara, em maio, por 330 votos a favor, 141 votos contra e uma abstenção. O projeto foi aprovado através de uma “manobra”, sendo posto novamente em votação após ter sido derrotado no dia anterior.

Mais da metade dos deputados que votaram a favor da proposta – 213 – fazem parte da bancada do retrocesso, que reúne os partidos que tiveram ao menos um deputado que apoiou Eduardo Cunha nas três votações mais polêmicas que passaram pela Câmara em 2015: financiamento de campanha, terceirizações e maioridade penal.

Além do PSDB, PP, PMDB, PR e DEM – que receberam os maiores financiamentos – as legendas que têm parlamentares que seguem a agenda de Cunha são: PSD, PSB, PTB, SD, PRB, PSC, PT do B, PHS, PSDC, PRP, PEN, PDT, PTN e PMN.

Opinião popular
A aprovação da PEC foi considerada uma manobra de Cunha já que, no dia anterior, a mesma havia sido rejeitada no Plenário. O caso agora encontra-se no Supremo Tribunal Federal (STF) que, a pedido de 200 juristas, advogados, conselheiros e ex-presidentes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), analisa o arquivamento da PEC.

A aprovação do financiamento também parece ir na contramão da vontade da maioria dos brasileiros. Publicada na segunda-feira, dia 3/8, pelo Instituto Datafolha, uma pesquisa apontou que 74% dos brasileiros são contra o financiamento de campanha por empresas privadas. Segundo o mesmo levantamento, 79% dos entrevistados acreditam que as doações de empresas estimulam a corrupção.

Arrecadação
A corrida e comprometimento de Cunha pela aprovação do financiamento empresarial também se explica pelo fato de que ele é um dos políticos com maior capacidade de arrecadação para campanhas.

De acordo com a ONG Transparência Brasil, ele declarou ter recebido aproximadamente R$3,4 milhões em 2010 para sua campanha a deputado federal, excluído o valor que ele deu a sua própria campanha. Desse total, 97,7% – R$3,3 milhões – foram doados por empresas. No último pleito, o montante praticamente dobrou e ele gastou mais de R$6 milhões para se eleger, de acordo com o que declarou para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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