Nem
bem saímos de uma disputa eleitoral para a presidência
do Brasil e já começam as articulações para a próxima em 2018. Política
é feita o tempo inteiro, independente se o ano é eleitoral ou não. O PT
praticamente definiu o seu candidato para tentar manter o partido no
poder central, conta com o seu principal nome: o ex-presidente Lula, que
poderá retornar
para mais mandato, quem sabe dois, no Palácio do Planalto.
Já o PSDB que
acumula quatro derrotas consecutivas para o PT e ainda está longe de
definir quem será o seu candidato e que, provavelmente, enfrentará Lula na
próxima eleição. O senador Aécio Neves, derrotado na última disputa eleitoral, deverá
manter o seu nome como opção. Ainda tem José Serra e Geraldo Alckmin, que
deixará o Palácio dos Bandeirantes em 2018, depois de quatro gestões à frente
do executivo estadual paulista e se credencia fortemente para concorrer
novamente, a exemplo de 2006, disputa que perdeu para Lula.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, parece ser o
articulador do processo interno no ninho tucano. Se assim for, pior para Aécio
e melhor para Alckmin. José Serra terá oito anos no Senado Federal, que dizem
ser o melhor cargo político de toda a república. Talvez o ex-ministro da saúde
já tenha abdicado de tentar lançar o seu nome para o Palácio do Planalto em
2018.
Desde quando se desgarrou do PMDB e foi fundado em 1988, o
PSDB é um partido paulista, de centralização de decisões no estado mais rico do
Brasil. Foi assim como Mário Covas, FHC, José Serra, José Aníbal, Aloisio Nunes
e Geraldo Alckmin. Aécio Neves é mineiro. Conseguiu a presidência do PSDB por
pura manobra política e pelo autofagismo dos tucanos paulistas. Mas o senador
mineiro deverá encontrar forte resistência de seus pares do estado de São
Paulo.
Quando iniciou a disputa eleitoral da última eleição, muitos
eleitores tucanos não queriam votar em Aécio. Declaravam voto em Eduardo Campos
e depois em Marina Silva. Por isso, a campanha tucana “patinava” e deixava o
senador mineiro em terceiro, quase sem chances de ir ao segundo turno. Muitos
comemoravam o fiasco eleitoral que se desenhava, inclusive muitos tucanos
paulistas, na surdina soltavam fogos pelos primeiros resultados nas pesquisas
de opinião.
A
disputa eleitoral foi mudando, fatos novos ocorreram e de
repente, Aécio estava em segundo lugar, bem próximo da candidata Dilma
Rousseff. Foi a salvação para o tucano e, de certa forma, o
desapontamento de
seus pares paulistas, especialmente da dupla Serra-Alckmin. O senador
perdeu,
mas entre as quatro derrotas do PSDB para o PT, foi o candidato que foi
mais
longe, esteve mais perto de vencer. Isso o credencia para 2018. Aécio
sabe mais do que ninguém que a disputa eleitoral de 2014 foi a sua
grande chance de ser presidente.
Além de Aécio está fora do “centro de comando” tucano (mesmo
sendo o presidente nacional do PSDB), o senador mineiro não aceita a derrota
eleitoral e tenta de todas as formas instaurar o impeachment da presidenta
Dilma. Mesmo não encontrando apoio, nem mesmo dentro de seu partido, Neves
tenta ainda alguma manobra. FHC e Serra já declararam publicamente que não
apoiam tal ação contra a presidenta.
O radicalismo de Aécio pode estar sendo o seu próprio
inimigo, pois seria a oportunidade de enfraquecê-lo internamente no partido.
Primeiro passo da estratégia paulista está em curso, retirar de Aécio a
presidência do PSDB; depois “fritá-lo” internamente e em seguida “preparar o
terreno” para – possivelmente – Alckmin em 2018.
Os tucanos paulistas
colocando ordem na casa e mostrando ao Brasil quem manda no partido. O
autofagismo interno do PSDB promete emoções e surpresas. Vamos aguardar o desenrolar
dos fatos.
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