Secretário de Saúde anuncia que Hospital Universitário vai atender casos de câncer
O secretário estadual de Saúde, Francisco Costa, anunciou em entrevista ao Jornal Meio Norte, que o Hospital Universitário (HU) vai
atender os casos de câncer. Hoje, o tratamento ara restrito a hospitais
particulares ou filantrópicos como o Hospital São Marcos.
Segundo ele, o Centro de Oncologia, o
Unacon, do Hospital Universitário tem capacidade para o atendimento de
uma população de 500 mil habitantes, fará uma média de 650 cirurgias e
12 mil procedimentos de quimioterapia.
“São
ações na área da oncologia, onde existem muitas dificuldades porque só
atendemos através do Hospital São Marcos, atendendo todo o Estado do
Piauí e parte do Estado do Maranhão. Agora, estamos abrindo um novo
Centro de Oncologia no Hospital Universitário. Vamos ter no Hospital
Universitário o Unacon, que é uma unidade que deverá ser aberta neste
segundo semestre. Já estamos em face de habilitação do Unacon na cidade
de Parnaíba e estamos buscando implantar outro Unacon no Sul do Estado. O
Unacon tem uma perspectiva de fazer atendimento em um mês para uma
população de 500 mil habitantes por ano. Vamos fazer uma média de 650
cirurgias oncológicas, mais de 12 mil procedimentos de quimioterapias
para os pacientes. Isso vai ajudar em responder esse desafio de atender
os pacientes em tratamento contra o câncer”, declarou Francisco Costa.
Meio Norte - O que foi conquistado em sua gestão de sete meses na Secretaria Estadual de Saúde?
Francisco
Costa – O que podemos perceber, os avanços mais importantes são os
vários hospitais regionais que conseguiram aumentar sua capacidade
resolutiva, dando destaque aos Hospitais de Parnaíba, de Piripiri, de
Luzilândia, que avançaram muito em todas as áreas, os hospitais do Sul
do Estado retomaram seus atendimentos, principalmente na área cirúrgica,
e estamos com uma perspectiva de reformulação, de um novo modelo, de
assistência hospitalar. Os Hospitais de Floriano, de Parnaíba,
principalmente, estão implantando um novo modelo para que sejam
oferecidos mais serviços. Temos a perspectiva, a partir de setembro, de
aplicar esse novo modelo, que vai aumentar o novo volume de cirurgias
eletivas para a população e, em especial, novos serviços, como em
Floriano, onde está sendo implantado a tomografia. Também vamos levar
para Floriano neste segundo semestre neurocirurgia, como também estamos
levando para o município de Parnaíba, no sentido de fortalecer as ações
itinerantes importantes, como a que vamos iniciar no dia 3 de agosto,
segunda-feira, que é o Programa Amigos do Peito, que são carretas
itinerantes que farão o trabalho preventivo contra o câncer de mama.
Essas carretas, nesse mês, vão percorrer os bairros de Teresina, no mês
do aniversário de nossa capital. A partir daí, as carretas vão percorrer
o interior do Estado. Uma carreta vai percorrer mais a região Norte e
outra carreta vai percorrer mais a região Sul para que possamos oferecer
essa oportunidade às mulheres onde há vazios assistenciais, onde o
acesso aos equipamentos de mamografias são muito restritos, como na
região das Chapadas das Mangabeiras e do Alto Parnaíba.
Meio Norte – O senhor tem o aumento das cirurgias realizadas pelos Hospitais Regionais?
Francisco
Costa – Quais são as metas? Nós queremos, entre cirurgias gerais e
ortopédicas desses hospitais estão hoje entre 100 a 150 cirurgias por
mês, a expectativa é que possamos estar aumentando esse número em
outubro. A nossa meta é que 350 a 400 cirurgias por mês, no interior. Na
capital, esse volume de cirurgia tem aumentado muito, principalmente no
Hospital Getúlio Vargas (HGV). Estamos abrindo no sábado, aumentando as
cirurgias de otorrino, estão feitas cirurgias de ortopedia no sábado,
abrimos mais um expediente para aumentar o atendimento das demandas de
cirurgias. Nós realmente temos uma fila de espera significativa, mas
estamos trabalhando.
Nós também estamos fazendo a contratação de uma
empresa para fazer cirurgias itinerantes de cataratas. Estamos no
processo final de contratação, onde temos a oportunidade de executar um
modelo diferenciado. Em um tempo estimado de uma semana serão feitas mil
cirurgias. A ideia é que se vá para uma região e nessa região, com toda
a estrutura, com 80 a 90 colaboradores, entre apoiadores, médicos,
pessoal da logística, para que a gente possa montar uma infraestrutura
para fazer de 1 mil a 1,2 mil cirurgias dentro de uma semana. A gente
consegue, como estratégia, dar uma melhorada na eficiência. Também vamos
fazer contratações em unidades como São Raimundo Nonato, Uruçuí, na
região Norte, em Esperantina, na região de Valença, onde temos condições
para que possamos fazer cirurgias nessas unidades, fazer a programação
de cirurgias eletivas e de catarata, mas também com esse foco de ter um
atendimento itinerante. A proposta é de que façamos pelo menos três
neste semestre, com uma média de 1 mil a 1,2 mil cirurgias, o que vai
poder beneficiar muitas famílias.
Meio
Norte – Quais foram as medidas tomadas para evitar que as doenças com
as quais os piauienses convivem não se transformassem em surtos e
epidemias?
Francisco Costa – Nós
tivemos muita dificuldade este ano com a dengue, um problema que ocorreu
no Brasil todo. Agora, esse trabalho de prevenção depende muito do
apoio, da colaboração e da compreensão da população, da sociedade, que
tem que fazer o seu papel, que tem que atuar dentro de seu domicílio
para evitar a circulação do mosquito transmissor da doença. A situação
foi atípica este ano no país porque além da dengue foram registradas
outras viroses como a zica, como a chikungunya, que chegaram a ter casos
no nosso Estado e com a perspectiva de uma problemática que já teve uma
correlação com outras doenças e com a síndrome neurológica
Guilan-Barré. Nós não tivemos casos confirmados em nosso Estado, mas no
Brasil já está presente e tivemos muitos casos na Bahia. No Piauí foram
registrados muitos casos parecidos, mas que requer uma confirmação.
Existe um trabalho de prevenção.
Meio Norte – Que doença é essa?
Francisco
Costa – A síndrome Guilan-Barré é uma doença neurológica que provoca
paralisia dos nervos e isso pode até levar o paciente ao óbito. Na
realidade, a Guilan–Barré é decorrente de problema no sistema
neurológico que pode aparecer durante uma virose. Principalmente no
Estado da Bahia, já de percebeu a correlação da síndrome com a zica. A
zica vai evoluindo para a síndrome de Guilan-Barré. Também há casos de
chikungunya com essa possibilidade, mas nós não temos nenhum caso
confirmado no Piauí dessa evolução para o síndrome.
Meio Norte -Já existe casos de síndrome Guilan-Barré no Piauí?
Francisco
Costa – Já estamos com casos de suspeita e esperando o resultado dos
exames sorológicos para a confirmação ou não de casos da síndrome
Guilan-Barré. Nós enviamos 30 casos de suspeita para confirmação.
Felizmente os pacientes com sintomas da doença estão evoluindo bem e
seguramente a suspeita não vai se confirmar, mas o que a gente coloca é
que há uma luta nossa para a liberação de uma vacina pela Anvisa. A
vacina que tem sido desenvolvida no Brasil não é tão eficiente, mas
consegue reduzir até 60% os casos, que pelo volume significativo que
teve essa liberação da vacina pela Anvisa já ajudaria. A vacina é
importante, mas o papel mais importante é o da sociedade, que tem que
contribuir com seu trabalhado de prevenção e de vigilância, que a gente
tem que ter, tantos os gestores, nos cuidados e desenvolvimento das
políticas públicas, mas também o envolvimento da população nesse
trabalho de prevenção.
Meio Norte – Os quantos casos de chikungunya já foram registrados em outras cidades, fora Teresina?
Francisco Costa – São dois casos, todos em Teresina. A confirmação dos casos de zica também são de Teresina.
Meio Norte – Como está a atenção básica e o Programa Mais Médicos alterou positivamente os indicadores de saúde no Piauí?
Francisco
Costa – No próximo dia 4, nós vamos participar de uma solenidade, com o
ministro da Saúde e a presidente Dilma Rousseff, para comemorar os dois
anos de implantação do Programa Mais Médicos. Na solenidade no Palácio
do Planalto, nós vamos exaltar essa melhoria. Onde tem Programa Mais
Médicos, nós percebemos que teve uma melhoria porque se fixou mais o
profissional com uma carga horária adequada no município. Desse que o
médico esteja no município, não resta dúvidas de que a saúde vai
melhorar. Nos temos profissional, independente de ser intercambista ou
médico brasileiro, e ele tem contribuído muito porque também incentiva a
fixação de um médico no município. Não adiante ter a atenção básica sem
o médico, a atenção básica tem que ser fortalecida porque se não
continua essa confusão nos hospitais. É preciso investir no trabalho de
prevenção na saúde.
Meio Norte – Quais foram os indicadores que mudaram com a presença do Programa Mais Médicos?
Francisco
Costa – Sem sombra de dúvida, em 60% dos municípios do Piauí tiveram
mudanças positivas de metas que temos para alcançar. A gente conseguiu
diminuir em 60% os eventos como acidentes vasculares cerebrais com o
controle adequado da hipertensão e do controle do paciente diabético. A
gente conseguiu diminuir o número de amputações de pacientes diabéticos.
Isso ajuda a mensurar isso. Temos municípios que atingiram 90% das
metas de melhorias de indicadores de saúde.
Meio Norte – Quais as ações que a Secretaria Estadual de Saúde vai direcionar para Teresina?
Francisco
Costa – São ações na área da oncologia, onde existem muitas
dificuldades porque só atendemos através do Hospital São Marcos,
atendendo todo o Estado do Piauí e parte do Estado do Maranhão. Agora,
estamos abrindo um novo Centro de Oncologia no Hospital Universitário.
Vamos ter no Hospital Universitário o Unacon, que é uma unidade que
deverá ser aberta neste segundo semestre. Já estamos em face de
habilitação do Unacon na cidade de Parnaíba e estamos buscando implantar
outro Unacon no Sul do Estado. O Unacon tem uma perspectiva de fazer
atendimento em um mês para uma população de 500 mil habitantes por ano.
Vamos fazer uma média de 650 cirurgias oncológicas, mais de 12 mil
procedimentos de quimioterapias para os pacientes. Isso vai ajudar em
responder esse desafio de atender os pacientes em tratamento contra o
câncer.
Fonte: meionorte.com
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