Com o discurso de quem foi traído, Marcelo Castro anuncia sua saída
da disputa ao governo do estado do Piauí, na tarde dessa segunda-feira
(02).
"Tenho a consciência de que fizemos o máximo que estava ao nosso
alcance. Sempre com problemas internos. Minha pré-candidatura que
deveria se consolidar a cada dia não avançava. Tudo piorou, quando o
nosso partido sofreu com postagens nas redes sociais e etc. Um processo
de desconstrução para com a nossa pré-candidatura" disse Marcelo Castro.
Marcelo Castro deixa claro que também sofreu pressão. "As
constantes pressões tornaram insustentável a nossa pré-candidatura. Hoje
tenho a a consciência adulta de que fui injustiçado."
LEIA O PRONUNCIAMENTO DE RENÚNCIA DE MARCELO CASTRO
"Tenho o dever de me dirigir ao povo do meu estado para comunicar
a desistência da minha pré-candidatura, dar as razões que me levaram a
isso e posicionar-me frente ao quadro policito atual. Há 32 anos entrei
na vida pública pelo PMDB partido do qual eu sou presidente. Tive três
mandatos de deputado estadual e estou no 4º de deputado federal. Das
sete eleições que disputei, em todas as seis sempre fui o mais votado do
meu partido e em cinco eleições fui o mais votado do estado, uma
história única na politica do Piauí. Tenho vaidade por isso? Não. Mas
fico muito feliz e me sinto reconhecido no meu trabalho ao ver que a
imensa maioria dos que me deram o seu voto pela primeira vez em 1982
ainda o fazem hoje com um nível crescente de confiança em mim.
Tive experiência administrativa como presidente do IAPEP quando
fizemos um trabalho em favor do servidor público estadual, do qual eu
muito me orgulho. Fui por um breve período secretário de agricultura
onde defini as prioridades agrícolas para o nosso estado. Implantei o
Programa do Caju e ajudei no desenvolvimento do serrado que hoje bate
recorde de produção.
Como deputado federal lutei pela divisão equitativa dos Royalties
do Petróleo, luta essa que trará grandes somas de recursos para o nosso
estado para serem aplicados na saúde e na educação de nossos irmãos.
Essa é uma breve síntese dos meus 64 anos de vida.
Tanto na minha vida pública quanto na particular, sempre agi
dentro de princípios éticos com correção e honradez com independência e
altivez, com transparente, respeito e lealdade às pessoas. Esta é a
minha marca. Quem age assim espera que façam o mesmo consigo, não foi o
que aconteceu.
Em janeiro deste ano fui convocado por meu partido e convidado
por muitos outros dentre eles o PSB, o PSDB, o PSD, o PDT, o PC do B, o
DEM, o PRB e o PTC para ser candidato ao governo tendo Sílvio Mendes
como pré-candidato a vice e Wilson martins como pré-candidato ao senado,
uma convocação irrecusável para quem sempre sonhou e acredito que ao
nosso piauí está reservado um futuro muito mais promissor.
Juntamente com Sílvio Mendes e Wilson Martins abraçamos essa
pré-campanha com muita garra, determinação e entusiasmo. Fizemos o
ouvido Piauí, que chegou à sua 13ª edição para elaborarmos um plano de
governo que pudesse espelhar os anseios da população em sua
complexidade. Trabalhamos sem parar e tudo fizemos para alcançar o
objetivo comum.
Para acomodar politicamente partidos aliados, cedemos a
secretaria da qual meu filho Castro Neto era titular. Tenho a
consciência de que fizemos o máximo que estava ao nosso alcance, sempre
com problemas internos. Minha pré-candidatura que deveria consolidar-se a
cada dia não avançava. Tudo piorou quando nosso partido chegou ao poder
no início de abril. Entrevistas, charges, postagens em redes sociais,
adesivos, encontros públicos frequentes com adversários, enfim, um
processo continuado de desconstituição e desacreditação da nossa
pré-candidatura, tornou-se insuportável!
Meu partido era o mais destacado neste processo, era dele que
vinham os piores ataques, mas a tudo resistíamos e continuávamos o nosso
caminho de pé, porém, as constantes pressões sobre todos tornaram
insustentável a nossa pré-candidatura. Hoje tenho a consciência aguda de
que fui injustiçado.
Olho minha conduta de toda uma vida e me vem a sensação de que eu
não merecia isso, pois nunca joguei sujo com ninguém, nunca fui desleal
com ninguém, e mais, não me ofereci, não busquei e até relutei em
aceitar essa pré-candidatura. Continuarei minha luta por um Piauí melhor
na trincheira de deputado federal. Agradeço a cada um dos que
acreditaram em mim, e, em especial, ao Sílvio Mendes, esse homem público
descente que, em minha solidariedade não aceitou ser candidato a vice
do governador atual. A ele, o meu reconhecimento, minha decisão é de
estar junto com Sílvio Mendes."
Fonte: meionorte.com
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