Reflexão

"Se alguém lhe disser que seu trabalho não é o de um profissional, lembre-se:

amadores construíram a Arca de Noé e profissionais, o Titanic."

Um dia a lágrima disse ao sorriso: “Invejo-te porque vives sempre feliz”.

O sorriso respondeu: “Engana-se, pois muitas vezes sou apenas o disfarce da tua dor”.


segunda-feira, 12 de maio de 2014

Duas mulheres e a história da Enfermagem

Por sugestão de Abel Tolentino Junior, um dos maiores divulgadores da maçonaria em todo país, através de sua extensa agenda, inspiro-me e pesquiso sobre a profissão de enfermeira/o. A palavra se compõe de duas outras, oriundas do latim "nutrix" que significa Mãe e do verbo "nutrire", que tem como significados criar e nutrir. Adaptadas ao inglês do século XIX, transformaram-se na palavra "nurse". Traduzida para o português significa enfermeira. A enfermagem é ciência que desenvolve assistência individualizada e humanizada para cuidar da saúde e bem estar do ser humano. A palavra "mãe" está presente até na formação do nome da santa e abençoada profissão.

Desde antes de Cristo que a profissão de enfermeiro já era conhecida, mesmo sem ter este nome. Homens e mulheres abnegados que cuidavam dos doentes, idosos e deficientes, garantindo sua sobrevivência. Com o tempo, estes cuidados de saúde evoluíram e entre os séculos X e XIII, a Enfermagem surgiu entre os religiosos, como sacerdócio. No século XVI, a Enfermagem começa a ser vista como atividade profissional e no século XIX, como Enfermagem moderna na Inglaterra.

A profissão nasceu no decorrer dos períodos históricos, estando na sua origem associada ao trabalho feminino, no cuidar de grupos nômades primitivos. O homem, aliando conhecimento ao misticismo se fortaleceu na enfermagem, também nela integrando com participação importante até os dias de hoje. A enfermagem, passando por fase sombria em que esteve submersa em épocas passadas, ressurgiu resultando em maior conhecimento sobre as doenças. Neste cenário é que Florence Nightingale, surge convidada pelo Ministro da Inglaterra para trabalhar junto aos feridos em combate da guerra da Criméia. Criméia que hoje está sofrendo invasão da Rússia, com nova guerra às portas.

Duas mulheres marcam a história da enfermagem no mundo e no Brasil, "Florence Nightingale - A Dama da Lâmpada" e Ana Neri. Dia 12 de maio comemora-se mundialmente o Dia da Enfermeira/o, em homenagem a Florence, que nasceu em 12 de maio de 1820. No Brasil no dia 20 de maio, comemora-se o Dia dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem, em memória do falecimento de Ana Neri em 20 de maio de 1880. Neste artigo, em mês que é das mães, falo sobre estas mulheres que foram mães de muitos soldados feridos. Conclamo os amigos e amigas de todos os sábados a prestarem homenagens e nunca se esquecerem das enfermeiras/o que se entregam de corpo e alma a esta nobre tarefa de cuidar de nossa saúde.
"Muitas velas podem acender-se a uma vela, sem a diminuir"
Florence Nightingale, no desejo de tornar-se enfermeira, estudou as atividades das irmandades católicas. Em 1849 decidiu trabalhar na Alemanha. Já em 1854 foi enfermeira de guerra e, durante os combates os soldados fizeram de Florence, o seu anjo da guarda, pois de lanterna na mão, percorria as enfermarias dos acampamentos atendendo os soldados doentes. Por isto ficou conhecida mundialmente como "A Dama da Lâmpada". Retornando da guerra em 1856, recebeu prêmio em dinheiro do governo inglês em reconhecimento ao seu trabalho. 

Usou este recurso e iniciou a Primeira Escola de Enfermagem, fundada no Hospital Saint Thomas, em 1859. Foi rica e bem relacionada, por isso teve nome em inglês da cidade em que nasceu. Brilhante e impetuosa, rebelou-se contra o papel convencional para as mulheres, que era tornar-se esposa submissa, quando decidiu dedicar-se à caridade, encontrando seu caminho na enfermagem.

Depois de várias incursões por várias regiões, junto com outras mulheres, em resposta à morte de um mendigo em uma enfermaria em Londres, acontecimento que evoluiu para escândalo, tornou-se a principal defensora de melhorias no tratamento médico, levando-a a ter papel ativo na reforma das leis dos pobres.
Como pessoa mais famosa da Era da Rainha Vitória, retornou a Inglaterra como heroína, dedicando-se a formação da Escola de Enfermagem. Em 1883, a rainha Vitória concedeu-lhe a Cruz Vermelha Real. Em 1907 tornou-se a primeira mulher a ser distinguida com a Ordem do Mérito. Faleceu em 13 de agosto de 1910, marcando uma história de persistência, capacidade, compaixão e dedicação ao próximo, abrindo as portas para a enfermagem moderna.  A lâmpada tornou-se o símbolo da Enfermagem e sua representação foi estilizada, assumindo a forma de uma lamparina grega, tipo lâmpada de Aladim.

Muitas escolas de enfermagens procuram manter vivo esse ritual no início e fim de eventos, formaturas, colação de grau, quando a lâmpada é acendida e apagada. Outras mantem uma cerimônia chamada "Passagem da Lâmpada", na formatura em que uma graduada representando os formandos entrega a lâmpada acesa para uma aluna ingressante. Florence, uma verdadeira "Dama da Lâmpada".
Cerimônia da Passagem da Lâmpada
Ana Néri foi a pioneira da enfermagem no Brasil.  Prestou serviços voluntários, nos hospitais militares, durante a Guerra do Paraguai. Nasceu em Vila da Cachoeira do Paraguaçu, Bahia, no dia 13 de dezembro de 1814.  Casou-se aos 23 anos com Isidoro Antônio Néri, capitão-de-fragata da Marinha, que estava sempre no mar. Ana acostumou-se a ter a casa sob sua responsabilidade.  Ficou viúva aos 29 anos, com seu marido morrendo a bordo do veleiro Três de Maio, no Maranhão.  Criou sozinha seus filhos.

Em 1865, o Brasil integrou a Tríplice Aliança na Guerra do Paraguai.  Os filhos de Ana Néri foram convocados para lutar no campo de batalha.  Sensibilizada com a dor da separação, no dia 8 de agosto escreveu ao presidente da província oferecendo-se para cuidar dos feridos de guerra, enquanto o conflito durasse. Seu pedido foi aceito.  Partiu de Salvador em direção ao Rio Grande do Sul, onde aprendeu noções de enfermagem com as irmãs de caridade de São Vicente de Paulo.  Com 51 anos foi incorporada ao Décimo Batalhão de Voluntários e durante toda a guerra prestou serviços nos hospitais militares de Assunção, Corrientes e Humaitá.  Tornou-se a primeira mulher enfermeira do país.

Apesar da falta de condições e materiais, pouca higiene e excesso de doentes, Ana Néri chamou atenção, pela sua dedicação ao trabalho como enfermeira, por todos os hospitais onde passou.
Ana montou uma enfermaria-modelo em Assunção, capital paraguaia, sitiada pelo exército brasileiro.  No final da guerra, em 1870, Ana voltou ao Brasil e foi homenageada com a Medalha Geral de Campanha e a Medalha Humanitária de Primeira Classe.  D. Pedro II, por decreto, lhe concedeu uma pensão vitalícia.  Ana Justina Ferreira Neri, faleceu no Rio de Janeiro em 20 de maio de 1880.

A primeira escola de enfermagem fundada no Brasil recebeu o seu nome. Ana Neri como Florence Nightingale rompeu com os preconceitos da época que faziam da mulher, uma prisioneira no lar.
Não só neste 12 de maio, na semana da enfermagem e no dia 20 de maio, esta nobre profissão extraordinariamente humana, merece nosso eterno reconhecimento. Heroínas e heróis que acompanham pessoas, homens, mulheres, crianças, idosos, desde o nascimento ao último dia de vida.
Enfermeiras e enfermeiros, verdadeiros anjos guardiões.

Uma homenagem do Blog do Tio Borges aos Enfermeiros e Enfermeiras pela passagem do DIA DO ENFERMEIRO

Fonte: Barbosa Nunes, advogado, ex-radialista, membro da AGI, delegado de polícia aposentado, professor e maçom do Grande Oriente do Brasil -barbosanunes@terra.com.br.

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