Por
sugestão de Abel Tolentino Junior, um dos maiores divulgadores da
maçonaria em todo país, através de sua extensa agenda, inspiro-me e
pesquiso sobre a profissão de enfermeira/o. A palavra se compõe de duas
outras, oriundas do latim "nutrix" que significa Mãe e do verbo
"nutrire", que tem como significados criar e nutrir. Adaptadas ao inglês
do século XIX, transformaram-se na palavra "nurse". Traduzida para o
português significa enfermeira. A enfermagem é ciência que desenvolve
assistência individualizada e humanizada para cuidar da saúde e bem
estar do ser humano. A palavra "mãe" está presente até na formação do
nome da santa e abençoada profissão.
Desde antes
de Cristo que a profissão de enfermeiro já era conhecida, mesmo sem ter
este nome. Homens e mulheres abnegados que cuidavam dos doentes, idosos
e deficientes, garantindo sua sobrevivência. Com o tempo, estes
cuidados de saúde evoluíram e entre os séculos X e XIII, a Enfermagem
surgiu entre os religiosos, como sacerdócio. No século XVI, a Enfermagem
começa a ser vista como atividade profissional e no século XIX, como
Enfermagem moderna na Inglaterra.
A profissão
nasceu no decorrer dos períodos históricos, estando na sua origem
associada ao trabalho feminino, no cuidar de grupos nômades primitivos. O
homem, aliando conhecimento ao misticismo se fortaleceu na enfermagem,
também nela integrando com participação importante até os dias de hoje. A
enfermagem, passando por fase sombria em que esteve submersa em épocas
passadas, ressurgiu resultando em maior conhecimento sobre as doenças.
Neste cenário é que Florence Nightingale, surge convidada pelo Ministro
da Inglaterra para trabalhar junto aos feridos em combate da guerra da
Criméia. Criméia que hoje está sofrendo invasão da Rússia, com nova
guerra às portas.
Duas
mulheres marcam a história da enfermagem no mundo e no Brasil, "Florence
Nightingale - A Dama da Lâmpada" e Ana Neri. Dia 12 de maio comemora-se
mundialmente o Dia da Enfermeira/o, em homenagem a Florence, que nasceu
em 12 de maio de 1820. No Brasil no dia 20 de maio, comemora-se o Dia
dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem, em memória do falecimento de
Ana Neri em 20 de maio de 1880. Neste artigo, em mês que é das mães,
falo sobre estas mulheres que foram mães de muitos soldados feridos.
Conclamo os amigos e amigas de todos os sábados a prestarem homenagens e
nunca se esquecerem das enfermeiras/o que se entregam de corpo e alma a
esta nobre tarefa de cuidar de nossa saúde.
"Muitas velas podem acender-se a uma vela, sem a diminuir" |
Florence
Nightingale, no desejo de tornar-se enfermeira, estudou as atividades
das irmandades católicas. Em 1849 decidiu trabalhar na Alemanha. Já em
1854 foi enfermeira de guerra e, durante os combates os soldados fizeram
de Florence, o seu anjo da guarda, pois de lanterna na mão, percorria
as enfermarias dos acampamentos atendendo os soldados doentes. Por isto
ficou conhecida mundialmente como "A Dama da Lâmpada". Retornando da
guerra em 1856, recebeu prêmio em dinheiro do governo inglês em
reconhecimento ao seu trabalho.
Usou este recurso e iniciou a Primeira
Escola de Enfermagem, fundada no Hospital Saint Thomas, em 1859. Foi
rica e bem relacionada, por isso teve nome em inglês da cidade em que
nasceu. Brilhante e impetuosa, rebelou-se contra o papel convencional
para as mulheres, que era tornar-se esposa submissa, quando decidiu
dedicar-se à caridade, encontrando seu caminho na enfermagem.
Depois de
várias incursões por várias regiões, junto com outras mulheres, em
resposta à morte de um mendigo em uma enfermaria em Londres,
acontecimento que evoluiu para escândalo, tornou-se a principal
defensora de melhorias no tratamento médico, levando-a a ter papel ativo
na reforma das leis dos pobres.
Como pessoa
mais famosa da Era da Rainha Vitória, retornou a Inglaterra como
heroína, dedicando-se a formação da Escola de Enfermagem. Em 1883, a
rainha Vitória concedeu-lhe a Cruz Vermelha Real. Em 1907 tornou-se a
primeira mulher a ser distinguida com a Ordem do Mérito. Faleceu em 13
de agosto de 1910, marcando uma história de persistência, capacidade,
compaixão e dedicação ao próximo, abrindo as portas para a enfermagem
moderna. A lâmpada tornou-se o símbolo da Enfermagem e sua
representação foi estilizada, assumindo a forma de uma lamparina grega,
tipo lâmpada de Aladim.
Muitas
escolas de enfermagens procuram manter vivo esse ritual no início e fim
de eventos, formaturas, colação de grau, quando a lâmpada é acendida e
apagada. Outras mantem uma cerimônia chamada "Passagem da Lâmpada", na
formatura em que uma graduada representando os formandos entrega a
lâmpada acesa para uma aluna ingressante. Florence, uma verdadeira "Dama
da Lâmpada".
Cerimônia da Passagem da Lâmpada |
Ana
Néri foi a pioneira da enfermagem no Brasil. Prestou serviços
voluntários, nos hospitais militares, durante a Guerra do Paraguai.
Nasceu em Vila da Cachoeira do Paraguaçu, Bahia, no dia 13 de dezembro
de 1814. Casou-se aos 23 anos com Isidoro Antônio Néri,
capitão-de-fragata da Marinha, que estava sempre no mar. Ana
acostumou-se a ter a casa sob sua responsabilidade. Ficou viúva aos 29
anos, com seu marido morrendo a bordo do veleiro Três de Maio, no
Maranhão. Criou sozinha seus filhos.
Em 1865, o
Brasil integrou a Tríplice Aliança na Guerra do Paraguai. Os filhos de
Ana Néri foram convocados para lutar no campo de batalha. Sensibilizada
com a dor da separação, no dia 8 de agosto escreveu ao presidente da
província oferecendo-se para cuidar dos feridos de guerra, enquanto o
conflito durasse. Seu pedido foi aceito. Partiu de Salvador em direção
ao Rio Grande do Sul, onde aprendeu noções de enfermagem com as irmãs de
caridade de São Vicente de Paulo. Com 51 anos foi incorporada ao
Décimo Batalhão de Voluntários e durante toda a guerra prestou serviços
nos hospitais militares de Assunção, Corrientes e Humaitá. Tornou-se a
primeira mulher enfermeira do país.
Apesar da
falta de condições e materiais, pouca higiene e excesso de doentes, Ana
Néri chamou atenção, pela sua dedicação ao trabalho como enfermeira, por
todos os hospitais onde passou.
Ana montou
uma enfermaria-modelo em Assunção, capital paraguaia, sitiada pelo
exército brasileiro. No final da guerra, em 1870, Ana voltou ao Brasil e
foi homenageada com a Medalha Geral de Campanha e a Medalha Humanitária
de Primeira Classe. D. Pedro II, por decreto, lhe concedeu uma pensão
vitalícia. Ana Justina Ferreira Neri, faleceu no Rio de Janeiro em 20
de maio de 1880.
A primeira
escola de enfermagem fundada no Brasil recebeu o seu nome. Ana Neri como
Florence Nightingale rompeu com os preconceitos da época que faziam da
mulher, uma prisioneira no lar.
Não só
neste 12 de maio, na semana da enfermagem e no dia 20 de maio, esta
nobre profissão extraordinariamente humana, merece nosso eterno
reconhecimento. Heroínas e heróis que acompanham pessoas, homens,
mulheres, crianças, idosos, desde o nascimento ao último dia de vida.
Enfermeiras e enfermeiros, verdadeiros anjos guardiões.
Uma homenagem do Blog do Tio Borges aos Enfermeiros e Enfermeiras pela passagem do DIA DO ENFERMEIRO
Fonte: Barbosa
Nunes, advogado, ex-radialista, membro da AGI, delegado de polícia
aposentado, professor e maçom do Grande Oriente do Brasil -barbosanunes@terra.com.br.
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