Diante de 800 mil fiéis na Praça São Pedro, o papa Francisco celebrou
hoje (27) a missa de canonização dos papas João XXIII e João Paulo II. O
ritual foi concelebrado pelo papa emérito Bento XVI e transmitido em
telões em vários pontos de Roma e em 500 cinemas em mais de 20 países,
segundo informou a Rádio Vaticano.
Os agora São João XXIII e São
João Paulo II foram lembrados por Francisco como dois homens corajosos e
sacerdotes dedicados, que “colaboraram para restabelecer e atualizar a
Igreja”. Os dois novos santos participaram do Concílio Vaticano 2º,
convocado em 1961 por João XXIII para que teólogos e autoridades
eclesiásticas discutissem temas referentes à doutrina católica e
atualização da Igreja aos assuntos em voga no século 20.
O
presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
arcebispo de Aparecida e cardeal dom Raymundo Damasceno, lembrou da
importância de João XXIII ter convocado o Concílio Vaticano 2º quando
era papa. “Quando penso nele me vem à mente o grande acontecimento do
século 20, o maior acontecimento da Igreja, que foi a convocação e
abertura do Concílio Vaticano 2º. Me vem à mente o discurso de João
XXIII, quando ele falou com toda a emoção, entusiasmo que o concílio
haveria de ser levado a bom termo, com a ajuda de Nossa Senhora e do
Espírito Santo, deveria dar rumos novos e seguros à Igreja”, disse.
Sobre
João Paulo II, dom Raymundo Damasceno lembrou-se dele como o papa mais
conhecido da Igreja, que mais viajou levando a doutrina católica para
quase todos os países. “Foi ele que começou o Sino dos Continentes,
instituiu a Jornada Mundial da Juventude, o Dia Mundial das Famílias,
foi um papa que marcou a história da Igreja nesses 25 anos de
pontificado. Seus ensinamentos continuarão a ser guias de orientação
para a Igreja por muitos anos ainda”, disse em entrevista à Rádio
Vaticano.
Foi a primeira vez que dois papas foram canonizados ao
mesmo tempo e que dois papas participaram juntos da missa de
canonização. Como parte dos protocolos desse tipo de ritual católico, os
relicários dos dois novos santos foram colocados no altar. De São João
XXIII foi levado um fragmento de pele, retirado após a exumação de seu
corpo em 2000. Já São João Paulo II teve como relíquia uma ampola com
seu sangue, que já havia sido mostrada na cerimônia de beatificação em
2011.
Durante a celebração, o Evangelho foi lido em
latim e grego, como símbolo de que não há línguas estranhas para a
Igreja, assim como para os novos santos. O papa Francisco declarou São
João XXIII como o “santo da docilidade do espírito” e São João Paulo II
como o “santo da família”.
Apesar de a missa ter ocorrido por
volta das 9h locais, 5h em Brasília, e de a Praça São Pedro ter sido
aberta aos fiéis apenas às 5h30 locais, 1h30 em Brasília, muitos
católicos passaram toda a noite em vigília em diversas Igrejas de Roma.
Eles rezaram e cantaram, enquanto aguardavam o momento da missa de
canonização. Alguns se acomodaram em barracas e sacos de dormir
aguardando a abertura da praça para a celebração. Poloneses e italianos
da região de Bergamo, locais de origem de João Paulo II e João XXIII
respectivamente, eram os mais numerosos.
Fonte: Com informações da Rádio Vaticano
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