Eu
escrevi sobre isto há mais ou menos uns oito anos, mas o tema é tão
forte e tão importante na vida das pessoas que acho que vale a pena
falar sobre ele de novo, ainda mais considerado os novos leitores que
sempre aparecem, ao longo dos anos.
Um
dos maiores patrimônios que devemos tratar com o maior cuidado, carinho
e muita seriedade é aquele que ninguém pode retirar da gente, que é o
nosso conhecimento e a nossa cultura.
Ora,
Alamar, mas o melhor cuidado que devemos ter para com o conhecimento e a
cultura é a busca incessantemente por eles, procurando aumentar cada
vez mais, não é verdade?
Não. Não é verdade. Não é só isto.
Ir em busca da informação e da leitura para aumentar o conhecimento e a cultura não é o suficiente, o importante e indispensável é a atenção com a qualidade da informação que vem a ser acrescentada na nossa cultura.
Qualidade
da informação? Mas o ler e o estar antenado, como se fala atualmente,
acompanhando sempre os noticiários e estudar sempre, não é o suficiente?
A que qualidade você se refere?
Ao cuidado de analisar sempre, com todo o critério possível e toda a inteligência que Deus lhe deu, a fonte da informação, a origem da informação, a autenticidade da informação e a condição como a informação foi produzida.
Por
exemplo: Você tem formada a sua cultura acerca da História do Brasil,
não tem? Ensinaram pra gente no colégio que Pedro Álvares Cabral
descobriu o Brasil, que Pero Vaz de Caminha escreveu aquela carta ao rei
de Portugal, falaram sobre os bandeirantes, sobre Mem de Sá, Tomé de
Souza, Martin Afonso de Souza, sobre os nossos índios, falaram sobre o
Padre José de Anchieta, sobre Tiradentes, Dom João VI, Pedro I, Pedro
II, Princesa Isabel, Quintino Bocaiúva, Duque de Caxias... etc. etc.
etc.
Pronto,
a partir daí você formou o seu conhecimento e formatou a sua cultura
com base naquilo que lhe foi passado no ensino básico, não foi?
Formou inclusive a relação dos HERÓIS brasileiros, ensinados pelo colégio.
Que beleza, né?
Já se deu ao trabalho de perguntar a você mesmo se as histórias aconteceram exatamente do jeito que lhe contaram?
Já se perguntou se aqueles que foram colocados como heróis foram de fato heróis e homens dignos?
Há histórias e estórias.
Vou citar apenas alguns exemplos para entender bem:
Mem
de Sá, por exemplo, é tido como herói e tem até ruas com o nome dele no
Brasil. Você já se deu ao trabalho de estudar profundamente quem
verdadeiramente ele foi? Simplesmente um dos maiores matadores de índios
brasileiros da história.
E
o Duque de Caxias, você já procurou se aprofundar melhor na história?
Não se pode formar conclusões honestas sobre ele sem procurar ouvir o
povo paraguaio, concorda?
Procure
então ler a versão deles. Não é porque ele foi brasileiro que vamos ser
irresponsáveis em formar cultura apenas escrita por brasileiros, porque
isto é alienação e irresponsabilidade para conosco mesmo.
Não
vamos muito longe: Se o nosso atual Ministério da Educação, que está aí
sob um comando filosófico há mais de 10 anos, resolver tomar a
iniciativa de colocar historiadores para escrever a história dos últimos
40 anos do Brasil, a fim de publicar livros escolares e deixar
registrado para formação da cultura das futuras gerações, obviamente
esses historiadores vão ter que escrever conforme as conveniências do
sistema atual de governo do Brasil.
José
Dirceu, José Genuíno e Delúbio Soares, por exemplo, serão reportados na
história como HERÓIS BRASILEIROS, perseguidos políticos e presos
injustamente. Todos os militares brasileiros serão reportados como
verdadeiros monstros. Che Guevara vai ser passado como herói
internacional, certamente melhor que Gandhi.
O que vai acontecer?
As
gerações futuras vão absorver isto como sendo verdade, do mesmo jeito
que milhões de brasileiros hoje acham que Lampião foi mesmo um bandido
sanguinário, que Duque de Caxias foi herói, e qualificar vários outros
que nunca foram bandidos como tendo sido bandidos e outros que nunca
tiveram qualquer ato heróico como heróis.
Poxa, Alamar, agora você está dando um nó na nossa cabeça!
É o que certamente algumas pessoas dirão, naturalmente.
Aquela história de José Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, você tem certeza de que foi daquele jeito mesmo?
É
como a história bíblica: Você tem certeza de que aquela passagem de
Jesus com a figueira foi mesmo daquele jeito? A sua inteligência dá
espaço para você aceitar aquilo, daquela forma?
Em qualquer briga em que morre um dos dois, o que morreu sempre fica como vítima e o que ficou vivo, como o bandido. Inclusive o que fica vivo sempre vai preso.
Você
já procurou pensar nisto? Em muitíssimos casos o que morreu foi o
verdadeiro bandido, o que ficou vivo é que foi vítima dele.
Só que esse tipo de visão só pode ser alcançada por gente inteligente, gente que raciocina.
Você
já ouviu dizer que quando Dom Pedro I recebeu a carta, que o irritou
demais e o fez proclamar a Independência do Brasil, às margens do
Ypiranga, ele estava agachado descarregando uma terrível diarréia?
Consta que dali mesmo ele se levantou, sem lavar nada, levantou a calça,
subiu no cavalo e deu o grito.
A história e os fatos são relatados conforme conveniências
Todos temos que estar atentos a isto, de olhos bem abertos e atenção muito apurada.
Se
até a Bíblia, que é um livro considerado SAGRADO, o qual muitos até
chegam a afirmar que é a palavra do próprio Deus, é adulterada
vergonhosamente, em suas diversas “traduções”, com interesses religiosos
para denegrir idéias outras que não coincidem bem com os seus
interesses; se ela, mesmo sendo considerada palavra de Deus, passa por isto, imagine as diversas outras literaturas que não tem o peso do Criador.
Há quem pregue que Che Guevara fora herói, homem bom, justo e pacífico, e o pior é que há milhões que acreditam nisto.
Escrevo novamente neste artigo algo que já contei aos meus amigos mais de uma vez:
Com
vinte e poucos anos, muito jovem, eu fui colocado na direção de uma
emissora de televisão, afiliada da Globo, numa grande capital
brasileira, com razoável influência em todo o estado.
Na
época o público da região só tinha disponível dois canais de televisão
para assistir; o meu, que era a Globo, e o outro que era a Tupi. Não
existia internet e nenhum outro meio de diversão para o povo que tinha
que ver televisão, cuja audiência era muito maior que a dos dias atuais.
Eu
vivia num conflito enorme quando recebia ordens dos donos para badalar
gente sem vergonha, ruim e comprometida moralmente, só porque tinha
dinheiro ou atendia as conveniências do grupo, ao mesmo tempo em que era
sugerido também a lançar dúvidas na população contra pessoas de bem, só
porque essas não agradavam ao sistema.
Era
terrível isto. Assim que começou esse negócio de horário do T.R.E. na
televisão, quem fazia a programação e distribuição dos horários para os
candidatos era eu. Não existia o controle que há hoje, feito pelo
próprio TSE, porque tudo era novidade no Brasil. Então, eu poderia fazer
o que quisesse ali, como de fato cheguei a quebrar o galho de pessoas
que chegassem mais próximas, simplesmente por amizades.
Ao
contar isto eu não quero aqui endossar essa maluquice que inventaram
nos dias de hoje, com essa conversa fiada de “imprensa golpista”, porque
não é a mesma coisa. Hoje a variedade dos diversos veículos de
imprensa, sobretudo aqueles de nível nacional, com suas independências,
não dá mais espaço para esse tipo de coisa.
Cuidado com obras escritas por radicais e pelo ódio
Este problema é mais sério do que você pode imaginar. Livros e matérias feitos por radicais e tendenciosos é uma desgraça.
Outro
dia um conhecido me chamou num chat alertando-me para ler o livro
“Privataria Tucana”. Eu disse pra ele que já tinha lido esse livro e que
agora iria ler o do Romeu Tuma Júnior, “Assassinato de Reputações”.
Ele
ficou danado comigo, só pelo fato de saber que eu iria ler também um livro contrário à ideologia partidária que ele tem, se é que ainda existe ideologia em alguns partidos.
Se você tem respeito pela sua inteligência procure sempre ler, escutar e avaliar os dois lados
da história, a fim de verificar o que é história e o que é estória. É
como o exemplo do Duque de Caxias que eu dei. O que faz a história ficar
mais próxima da verdade, daquilo que de fato aconteceu, é ouvir também a
versão do povo paraguaio.
Só
que os imbecis partidários não querem saber disto, eles querem que
sejam ouvidos apenas os lados deles, porque se acham donos EXCLUSIVOS da
verdade.
Imagine
um livro escrito pelo padre Quevedo, falando de Espiritismo. Que tipo
de cultura alguém espera obter lendo uma obra dessa?
Consta
que um escritor argentino escreveu um livro com objetivo de querer
provar que o Maradona foi melhor que o Pelé. Para dar respaldo às suas
idéias ele se colocou como um dos mais entendidos de futebol do mundo.
O famigerado “politicamente correto”
É claro que você já ouviu falar nisto. O “politicamente correto”
é uma das expressões mais sem vergonha e descaradas na cultura de um
povo, que é a orientação que recomenda a gente dizer e escrever apenas o
que nos deixa “bem na fita”, como dizem os jovens de hoje.
Vários amigos, pessoas queridas, que sei que gostam de mim, já me sugeriram, dentro das melhores intenções:
“Alamar, você precisa ser mais político em algumas coisas que você escreve. Estou falando para o seu próprio bem”.
“Sabemos que estas coisas são verdades, mas não devem ser divulgadas, não é conveniente falar, é melhor não dizer nada”.
A obedecer isto, antes de enviar qualquer escrito para o meu público leitor, eu teria que passar pelo seguinte crivo:
1) O meu escrito tem que DAR A IMPRESSÃO
à pessoa de que eu sou um homem bem bonzinho, caridoso,
espiritualizado, evoluído e cheio de valores elevados a fim de angariar o
maior número possível de simpatias.
2) Eu teria que fazer esse público todo gostar de mim, o máximo possível, a fim de que o maior número de pessoas compre meus livros e todo material que eu vendo, porque me adora.
É exatamente isto que a pessoa política faz, ela não tem compromisso com verdade, o seu compromisso estratégico é com o “impressionar os outros”.
O
Alamar teria que partir do princípio que todos os seus leitores são
trouxas, imbecis e que se deixam levar por aparência, só isto.
O cidadão fantoche
É aquele que se submete a fazer parte do que se chama de “massa de manobra”.
É
o indivíduo possuidor de baixa escolaridade, reduzida capacidade de
raciocinar, pouca cultura, cérebro atrofiado porque não é dado a
exercitá-lo com pensamentos racionais, preguiçoso para pensar,
superficial em tudo, não lê, não pesquisa, não compara e permanece
estacionado no mesmismo de cada dia.
É aquele que ocupa grande parte do seu tempo a falar de futebol, que cai facilmente em um bom papo.
Esse é o cidadão fantoche que os espertalhões aproveitam para usá-lo conforme as suas conveniências:
O
religioso inescrupuloso o leva no papo, dizendo que ele é pobre por
culpa de alguém (nunca por culpa dele mesmo), e esse alguém geralmente é
o Satanás. Daí a proposta para se livrar dos males e das tentações que o
mantém no desconforto é a sua igreja, onde ele deverá deixar o pouco
dinheiro que tem.
Pronto.
A partir daí ele entra num processo de ilusão achando que Jesus vai
fazê-lo ficar rico, sem precisar que ele faça nada diferente do que
sempre fez.
Outro
manipulador desse cidadão é o elemento político populista e
assistencialista, que se aproxima dele, leva do papo, finge ser seu
amigo, diz ter pena dele e disposto a ajudá-lo, o coloca como vítima de
sociedade, elege um outro “satanás” para que ele o veja como responsável
pelo seu insucesso na vida, que é um pequeno segmento da sociedade, o
qual denomina como “elites”, e faz com que o pobre coitado o veja como
seu protetor, que vai lutar pelos seus interesses, contra essa tal
elite.
O
religioso elege o Satanás, como o grande vilão, já o político elege a
tal “Elite”, como o grande vilão. Tem sempre um vilão, nunca o cidadão
tem culpa em nada.
O religioso quer o dinheiro da oferta desse cidadão, o político quer o voto, porque sabe que ele tem um título de eleitor.
Doentes partidários
É uma desgraça você formar cultura ouvindo ou lendo o que diz um doente partidário.
O que é um doente partidário?
É aquele elemento radical de esquerda ou de direita. No Brasil têm muitos desses.
Ele é parcial e radical demais e não tem qualquer compromisso com o que podemos chamar de verdade verdadeira,
que é a que interessa à formação de uma cultura autêntica. Ele defende à
“verdade” criada pela sua facção partidária e quer que todo mundo se
convença que aquilo é verdade verdadeira.
O
doente partidário é como o toxicômano, ele se deixa viciar pela sua
“ideologia” partidária que é uma doença tão danosa como o fanatismo
religioso. Para curar do vício não é fácil.
É
aquele indivíduo que vê que a sua rua está abandonada, o seu bairro
está um caos, a sua cidade está esburacada, o seu país está uma merda,
mas, porque é o SEU partido está no governo, ele finge
que não está vendo nada, passa atestado de idiota para os outros,
outorga diploma de imbecil para si próprio e sai dizendo que está tudo
bem e que as críticas e os protestos que se manifestam por um país
melhor são iniciativas de fascistas, de golpistas e de oposições.
A
paixão do brasileiro idiota pelo seu partido político é tão doentia e
cegueira quanto aquela pelo Flamengo, pelo Corinthians, Vasco,
Palmeiras, Cruzeiro, Atlético, Inter, Grêmio... etc.
Você
já viu várias vezes na televisão as famosas guerras de torcidas, onde
animais irracionais agridem e até matam torcedores do time adversário,
porque as suas atrofias mentais só os vêem como INIMIGOS. Da mesma forma
é o imbecil partidário, que vê todo aquele que não aprova as manobras
do seu partido também como INIMIGO.
E
é aí que eu pergunto: Que tipo de inteligência tem um cidadão que deixa
a sua cultura ser influenciada pelas palavras de uma besta quadrada
dessa?
É um perigo formar cultura com base em opinião de doente partidário, seja ele de direita, de esquerda ou de que tendência for.
Estratégias utilizadas para calar alguém
Durante
muito tempo utilizaram a estratégia do “mandar matar”, mas já que isto
ficou tão manjado, porque todo mundo termina sabendo que quem mandou
matar um determinado comunicador com certeza foi alguém o qual ele mais
criticava, fatalmente as investigações policiais hoje chegam ao
mandante, facilmente, já que a inteligência da polícia científica está
cada vez mais apurada e eficiente, estão investindo mais nos processos
de difamação, ou seja, jogar o povo contra aquela pessoa, com calúnias
do tipo:
“é picareta”, “dá em cima da mulher dos outros”, “é sapatão”, “é viado”, “é envolvido com drogas”, “deu desfalque aqui ou ali”... etc.
Outra
forma de calar a pessoa é boicotar os meios por onde ele fala. Se fala
numa rádio, por exemplo, procuram checar se o dono ou diretor dessa
rádio é venável, mercenário, e oferecem dinheiro para que ele demita o
cara.
Em
escala maior, quando a safadeza é em nível governamental, ameaçam
cortar verbas públicas daquela emissora, a exemplo do que fizeram
recentemente com o SBT para cortarem a palavra da jornalista Raquel
Sheherazade.
Enfim,
a estratégia de calar a boca de pessoas é algo muito sério, que ocorre
em todos os segmentos da sociedade, seja no meio político, religioso,
empresarial, etc...
As
pessoas não podem deixar isto por menos. Toda vez que perceber que
alguém que sempre falou e escreveu não está falando e nem escrevendo
mais, procurem ir atrás, procurem saber onde a pessoa está e exija que a
voz ou a escrita dela chegue até você, dizendo um veemente BASTA para os safados censuradores desonestos e de mau caráter.
Lampião
nunca foi bandido, Dom Hélder nunca foi comunista, a Rede Globo nunca
apoiou torturadores e ditadura, Wladimir Herzog não se matou, nem todo
militar durante o governo militar foi torturador, Juscelino não foi
vítima de atentado na Dutra, Maria Madalena nunca foi prostituta, Jesus
nunca disse "bem aventurados", Fernando Henrique nunca foi de direita, a
indústria das multas não é para educar o trânsito, a elevadíssima carga
tributária do Brasil não é para melhorar os serviços públicos,
português nunca foi mais burro que o brasileiro... enfim, nem tudo
aquilo que passaram pra gente como tendo sido de um determinado jeito
foi exatamente do jeito como relatado, nem todos que foram colocados
como heróis foram heróis coisa nenhuma, muitos verdadeiros heróis nem ao
menos são citados pela história.
Para a sua apreciação.
Fonte:Alamar Régis Carvalho
Analista de Sistemas
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