RAMON
E JULIANA
Osvaldo
Monteiro – Membro da UBE/PI
Título
do novo romance do escritor Adrião Neto. Muita pretensão de minha parte
“resenhar” a obra de um escritor do porte de Adrião Neto. Até porque me falta
qualificação, pendores e vivência técnica. Nem escritor acredito ser. Na UBE os
amigos me batizaram de cronista! Talvez estejam certos os primeiros mestres que
me apontaram como tal – Hardi Filho e Chico Miguel.
De
fato tudo que escrevo inconscientemente me intrometo lá dentro do texto; isso
caracteriza a crônica literária moderna. Aparecer o EU do autor é crônica.
Vamos
ao que interessa: Ramon e Juliana me parece até agora obra prima do autor.
Transita no conto, na crônica, na reportagem com pitadas de poesia e uma
caliente paixão.
Paixão
de homem maduro e sua Lolita. Ah! Amigo Nabocov esse enfeitiçamento (behexung
em alemão); parece lugar comum com maior intensidade em homem de meia idade.
Essa praia conheço bem. Ortega y Gasset chegou a chamá-la de “imbecilidade
transitória”. Pois é, a paixão é isso ai, porém graças ao seu próprio demônio
criador é uma fogueira que não demora apagar.
Ramon
e sua Juliana parecem querer fugir do planeta, brincando de esconde-esconde com
esse maravilhoso fogo que acometeu o casal. Resolvem correr o mundo,
borboleteando num roteiro turístico mundial e altamente instrutivo para quem
gosta e pode viajar.
O
autor “lava a égua”, esnoba como Historiador. Apresenta um depoimento
confessional, amoroso e apaixonado de uma veracidade catártica!
Tudo
no casal é erotismo do mais puro “tesaço”, aço puro qual o sino da matriz do
Santo Antônio de Campo Maior no Piauí.
Nenhum
registro de uma solene “broxada” tipo “ isso nunca me aconteceu”! Tudo é
testosterona em explosão intermitente. Qualquer lugar serve assim como na
“doença das cachorras”; Mas a memória me adverte: estamos na era viagra.
Enfim
não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acaba – ensina Epicuro. Baixou
a libido dos pombinhos e veio o melancólico “the end”.
“Bendita
seja a alegria que festeja a bondade Daquele que nos criou e nos deu a língua
para falar ( sem prejuízo de outras funções), a boca para saborear o vinho do
Porto e o corpo de Juliana para o Ramon explorar até a saciedade”. Estas seriam
as últimas palavras que o Autor do livro esquecera no Epílogo.
Em
tempo: Agradeço ao insigne escritor gaúcho Nelson Hoffmann in “ com Adrião Neto
o Brasil leva jeito”.
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