A historiadora esclarece a
polêmica e explica como os portugueses chegaram até aqui.
No dia 22 de abril é comemorado o
"Descobrimento do Brasil". Neste ano o país completa 512 anos. É uma
data que lembra a chegada dos portugueses no país, porém pela lógica das
coisas, as terras brasileiras já haviam sido descobertas e habitadas pelos
índios muito antes dos portugueses pensarem em expedições marítimas. Portanto, uma
questão que há muito tempo vem sendo discutida não é sobre quem chegou primeiro
ao país, e sim, se os portugueses descobriram as terras por acaso ou não.
Existem duas hipóteses cabíveis para esta questão:
a primeira, defendida pelos livros de história, seria a casualidade. A frota de
Pedro Alvarez Cabral teria se afastado de sua rota e, involuntariamente,
encontrado a costa brasileira.
A segunda seria a intencionalidade, defendida pelos estudiosos do assunto. Portugal sabia da existência de terras a Ocidente desde 1492, quando Cristóvão Colombo chegou à América e trataram de garantir parte das terras através do Tratado de Tordesilhas, em 1494.
A segunda seria a intencionalidade, defendida pelos estudiosos do assunto. Portugal sabia da existência de terras a Ocidente desde 1492, quando Cristóvão Colombo chegou à América e trataram de garantir parte das terras através do Tratado de Tordesilhas, em 1494.
A hipótese de que o Brasil foi descoberto por mero
acaso foram desmitificados e vários fundamentos, segundo ela, provam que Cabral
já sabia da existência de terras brasileiras.
Um dos fundamentos, de acordo com a professora, é
que a esquadra de Cabral era a mais sofisticada, que dispunha de mais
marinheiros entendedores do espaço e estudiosos da navegação. De todas que
Portugal mandou além-mar.
A frota de Pedro Alvarez Cabral era a maior e mais bem equipada a zarpar dos portos ibéricos até então. Eram ao todo 1500 pessoas, viajando em 10 naus e três caravelas, entre comerciantes, condenados, religiosos, soldados e representantes da nobreza..
A frota de Pedro Alvarez Cabral era a maior e mais bem equipada a zarpar dos portos ibéricos até então. Eram ao todo 1500 pessoas, viajando em 10 naus e três caravelas, entre comerciantes, condenados, religiosos, soldados e representantes da nobreza..
A outra hipótese que Eliane citou foi a carta de
Pero Vaz de Caminha: " a carta de Pero Vaz de Caminha é a certidão de
nascimento do Brasil e ficou muito tempo desaparecida por causa do terremoto
que teve em Lisboa. Foi redescoberta no século XIX. Nela Vaz de Caminha
escreve: aquilo que se esperava achar foi achado".
Depois de toda esta explicação, nota-se que não
houve descobrimento houve ocupação das terras que eram dos índios. Os portugueses
tomaram posse de um local que já tinha dono. Enquanto os índios entregavam suas
terras sem saber, em troca, os estrangeiros deram doenças, trabalhos forçados e
fome.
A primeira vista os portugueses encontraram bastantes
terras, uma civilização de selvagens e nada de metais preciosos ou algo que
gerassem lucro. As notícias que chegavam a Dom Manuel não correspondiam às
expectativas da coroa. Não apontavam a existência de riquezas de interesses no
território onde, apenas nativos habitavam.
Na época da ocupação do Brasil existia na Europa
uma doutrina econômica chamada mercantilismo, cuja filosofia era de que, quanto
mais colônias e mais metais preciosos se extraíssem delas, mais rica seria a
metrópole. No entanto os portugueses não encontraram nada do que procuravam por
esta razão as terras brasileiras foram praticamente esquecidas por Portugal,
vindo a ser exploradas somente 30 anos depois.
De acordo com a professora Eliane Marquez a coroa
só veio a se interessar pelo Brasil depois de quebrar financeiramente:
"Portugal resolve colonizar o Brasil, mas já estava quebrado, aí ele
montou um sistema de colonização que é nossa marca registrada: uma colonização
baseada no latifúndio, na monocultura e na utilização da mão de obra
africana", explicou.
Com esse método de colonização o país ganhou de
presente centenas de anos de atraso. O Brasil sofre consequências até hoje da
forma como foi administrado na época da colônia. E dizem que há motivos para
comemorar.
Fonte: Prof. Gabriel Campos de Oliveira
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